No último jogo disputado no Mineirão, que passará por reforma visando a Copa do Mundo de 2014, o Atlético-MG decepcionou mais uma vez o seu torcedor, ao perder por 1 a 0 para o Ceará na tarde deste domingo. Foi a quarta derrota consecutiva do time de Vanderlei Luxemburgo que fica na zona de rebaixamento durante a parada para o Mundial da África do Sul, com seis pontos. Já o Ceará segue invicto no Brasileirão, obteve sua quinta vitória e chegou aos 17 pontos.
Surpresa da ‘primeira fase’ do Campeonato Brasileiro, o Ceará completou cinco jogos sem sofrer gols, confirmando o fato de ter a melhor defesa entre os 20 participantes, com apenas um gol sofrido. Além disso, o time cearense conseguiu o seu primeiro triunfo como visitante, já que vinha de dois empates nas suas duas partidas fora de casa.
Foi a primeira derrota do Atlético-MG para o Ceará, em Belo Horizonte, na história desse confronto e foi a segunda vez seguida que o time atleticano perdeu no Mineirão, depois de um bom início como mandante, com vitória sobre Vasco (2 a 1) e Atlético-PR (3 a 1). No domingo passado, o time atleticano levou de 3 a 1 do Fluminense, no estádio da Pampulha.
Um clima de nostalgia tomou conta dos torcedores que compareceram ao Mineirão para acompanhar o último jogo da fase antiga do chamado “Gigante da Pampulha”. A homenagem ao ex-atacante Marques, antes de a bola rolar, quando ele recebeu placa e pôs seus pés na caçada da fama do Mineirão, contribuiu com o ambiente festivo.
Com a bola rolando, no entanto, o torcedor atleticano pôde perceber logo que o seu time teria dificuldades. Com muitos desfalques, sem contar os jogadores que vinham atuando, mas que deixaram o clube em função de uma reformulação do elenco feita pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, o time atleticano não conseguiu, na maioria da partida, se impor ao Ceará.
Sem Zé Luís, contundido, Cáceres na seleção do Paraguai, e Fabiano e o jovem João Pedro, ambos suspensos, Luxemburgo manteve o sistema 3-5-2, promoveu a volta de Coelho à lateral direita e deslocou Diego Macedo para o meio-campo ao lado de Jataí e de Ricardinho. No gol, depois de quatro jogos e 10 gols sofridos, Marcelo foi substituído por Aranha, que havia perdido a posição e mais uma vez voltou a ser titular.
“Foi opção minha, normal no futebol, da mesma forma que eu optei pelo Marcelo da vez passada, agora escolhi o Aranha numa análise do que aconteceu nos jogos passados”, explicou Luxemburgo, sem esconder a necessidade de uma vitória atleticana para melhorar sua posição e para dar tranquilidade na intertemporada, durante a Copa do Mundo.
O jogo
O primeiro tempo foi marcado pelo equilíbrio e forte marcação. Foram 45 minutos de poucos lances de gols criados pelos dois times. O Atlético-MG tentava tomar a iniciativa ofensiva, mas cometia muitos erros de passes e tinha dificuldade para furar o forte bloqueio da melhor defesa do Campeonato. O Ceará iniciou a partida com um único gol sofrido após seus seis primeiros compromissos.
Como Atlético-MG quase não chegava ao gol defendido por Diego, o time visitante se arriscou em alguns contra-ataques, levando perigo a Aranha, que, aos 22 min fez difícil defesa. O goleiro da equipe cearense só foi exigido duas vezes em maior grau de dificuldade. Aos 34 min, quando Coelho chutou de esquerda e o camisa 1 dos visitantes colocou a escanteio, e aos 44, quando Werley desviou cruzamento, de cabeça, mas ele pegou firme.
O primeiro tempo, que teve fraco nível técnico, terminou sem gols. Na saída para o vestiário, os jogadores atleticanos utilizaram a palavra “paciência” para definir a situação do jogo. “Temos que ter muita paciência para superar a marcação deles”, comentou o lateral-direito Coelho. “É preciso paciência, porque o time adversário está fechadinho, com três zagueiros e dois volantes, o que dificulta o nosso jogo”, observou Muriqui.
Os jogadores do time visitante não esconderam que o objetivo inicial do Ceará é não sofrer gols. “Nossa proposta é defender bastante e sair no contra-ataque. A nossa equipe está bem postada. No segundo tempo, o Atlético vai sair para cima, deverá deixar espaços e vamos ter aproveitar isso”, analisou o zagueiro Anderson, antecipando o que acabou acontecendo.
O Atlético-MG retornou para o segundo tempo no 4-4-2. Luxemburgo tirou o terceiro zagueiro Lima e colocou o jovem meia Wendel, jogador formado pelas categorias de base do clube, numa tentativa de aumentar a força ofensiva da equipe. Já o Ceará voltou com a mesma formação e começou melhor em campo, levando perigo para Aranha.
Foram duas chances criadas, até que Washington colocou a bola nas redes, aos 10 min, aproveitando cruzamento feito por Misael, do lado esquerdo. O 16º gol sofrido, que o deixa novamente como a defesa mais vazada do Brasileirão, levou o Atlético-MG à frente, na tentativa de chegar pelo menos ao empate.
Em cobrança de falta, aos 12 min, Coelho obrigou Diego a difícil defesa e pouco depois, Diego Tardelli, livre, desperdiçou ótima chance, tocando a bola para fora. Por volta dos 20 min, a torcida atleticana, que vinha incentivando a equipe, começou a protestar, pedindo “raça ao time todo”. Em campo, o time da casa não se encontrava, enquanto o Ceará no contra-ataque seguia levando perigo e teve chances de ampliar sua vantagem.
ATLÉTICO-MG 0 x 1 CEARÁ
ATLÉTICO-MG
Aranha; Werley, Lima (Wendel) e Jairo Campos; Coelho, Jataí, Diego Macedo, Ricardinho (Neto Berola) e Leandro (Ricardo Bueno); Diego Tardelli e Muriqui
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
CEARÁ
Diego; Oziel, Anderson, Fabrício e Ernandes; Michel, Careca, João Marcos e Geraldo (Erick Flores); Washington (Lopes) e Misael (Toni)
Técnico: Paulo César Gusmão
Data: 6/6/2010 – domingo
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Célio Amorim (SC)
Auxiliares: Marco Antonio Martins (SC) e Luís Alberto Kallenberger (SC)
Cartões amarelos: Jataí (A), Anderson (C), Michel (C), Oziel (C), Ricardo Bueno (A), Diego C)
Cartão vermelho: Jataí (A)
Gols: Washington, aos 10 min do segundo tempo
De novo no quase?
Há 3 anos
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